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Santos confirma epidemia e aumento de "dengue com complicações"





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A Secretaria Municipal de Saúde de Santos confirmou na noite desta sexta (19) que tem constatado um número crescente de "casos de dengue com complicações". "Temos mais casos de todas as formas de complicações, inclusive hemorrágica", disse ao Último Segundo o secretário Odílio Rodrigues Filho. A afirmação é uma resposta aos números divulgados pelo hospital privado Ana Costa, que declarou ter notificado 63 casos de dengue hemorrágica em um mês e meio. "Não temos esse número de casos em avaliação, mas não estou questionando o hospital. Pode ser que essas notificações estejam encaminhadas", diz. "O que a gente tem claro é que os hospitais estão cheios, tanto públicos quanto particulares, esses números estão subindo e temos tido muitos pacientes que com dengue com complicações". A confirmação do número e da natureza dessas complicações, no entanto, só é feita após a investigação oficial, que passa pela Secretaria Estadual e o Ministério da Saúde.


Em tese, os números oficiais de Santos ainda não caracterizariam epidemia. Mas a realidade é outra. "Existe um problema grave de subnotificação. Não dá para ficar na definição técnica, é uma epidemia", diz o secretário. Por isso, a cidade anunciou hoje a suspensão da necessidade de sorologia para o diagnóstico da dengue. Isso significa que bastam os sintomas para que um caso suspeito seja confirmado. Além disso, Santos já tinha recomendado a suspensão dos procedimentos eletivos e liberado a rede de atenção básica para atendimento se hora marcada. "Há uma semana estamos fazendo uma tratativa com a Beneficência, que liberou mais leitos para pacientes do SUS. E realizamos também mutirões de limpeza", diz. 

Apesar das medidas, a expectativa não é muito positiva. "A gente acha que a dengue vai continuar subindo em março e abril e só cair em maio, quando o tempo esfriar. E por causa das reinfecções, o número de suscetíveis a complicações é grande", afirma.

Causas

Segundo o secretário, as reinfecções são uma das principais causas do aumento das complicações. A dengue hemorrágica, por exemplo, em geral acontece quando um paciente que já teve dengue é contaminado com um outro tipo de vírus da mesma doença. "Santos tem onze anos de transmissão sustentada. Hoje, o vírus que circula na cidade é o tipo dois. Se uma pessoa teve dengue pelo vírus um há alguns anos, fica imunizada contra ele. Mas se for infectada agora pelo dois, por exemplo, pode ter um quadro mais exacerbado". Outros fatores que ajudam a explicar os casos são as condições climáticas da cidade, favoráveis para a proliferação do mosquito, sua densidade demográfica e o fato de ser uma cidade portuária e turística. 

Nos primeiros meses deste ano, os casos de dengue mais do que dobraram no país: houve um aumento de 109% até fevereiro na comparação com o ano passado.


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