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Casos de dengue em 2010 superam os do início de ano da maior epidemia





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Os casos de dengue em São Paulo até o final de fevereiro deste ano já
superam em 41% o número de casos do mesmo período de 2007, ano
considerado crítico no estado. Naquele ano foram registrados 90.335
doentes nas cidades paulistas.

Neste ano, até agora, foram confirmadas 7.594 ocorrências, em 199 dos
645 municípios paulistas. Até o final de fevereiro de 2007, eram 5.367
casos. Um crescimento de 41% que pode apontar para aumento ainda maior
nos próximos meses.

A dengue, certamente, vem mais forte este ano do que nos anos anteriores"

Duas mortes causadas pela dengue hemorrágica, forma grave da doença,
já foram registradas no estado. O primeiro caso ocorreu em janeiro, em
Mirassolândia. A outra foi confirmada em fevereiro, em São José do Rio
Preto.

Em relação ao mesmo período de 2008, o número atual de casos é 31
vezes o dado. O número acumulado em dois meses deste ano já representa
84% dos 8.996 casos de 2009.

De acordo com o infectologista e diretor da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, Marcos Boulos, o crescimento dos casos
preocupa. "A dengue, certamente, vem mais forte este ano do que nos
anos anteriores", diz.

Ele afirma que a doença, trasmitida pela picada do mosquito Aedes
aegypti,  apresenta um comportamento cíclico, mas que outras variáveis
podem estar influindo no alto número de registros neste ano.
"Claramente, a cada três ou quatro anos há um aumento do número de
casos da doença", afirma. "Mas como estamos tendo um ano com
comportamento pluviométrico atípico - com mais chuvas e condições para
o desenvolvimento do Aedes aegypti – os casos estão relacionados com
isso."

De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Saúde, os locais com
o maior número de registros de dengue no estado e que mais preocupam
são as regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Baixada
Santista.

Em São José do Rio Preto, município que lidera o ranking da dengue em
São Paulo, foram confirmados 2.366 casos até o final de fevereiro.
Ribeirão Preto teve no mesmo período 951 confirmações e Araçatuba,
649. Apenas as três cidades representam 52% do total de ocorrências do
estado.

De acordo com o diretor da FMUSP, outro aspecto que preocupa neste ano
é a volta da circulação do sorotipo DEN 1 do vírus, que não era
predominante nos outros anos. "Provavelmente esse sorotipo já estava
circulando nos outros anos, não é de todo estranho ele aparecer
agora", diz. "O que acontece é que agora as pessoas ficam mais
suscetíveis à forma hemorrágica da doença."

Provavelmente esse sorotipo já estava circulando nos outros anos, não
é de todo estranho ele aparecer agora"

Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde informou não
ter como prever o comportamento epidemiológico dos casos de dengue
neste ano. Sobre o crescimento das ocorrências em relação aos anos
anteriores, a pasta afirma que uma das razões pela qual é impossível
fazer qualquer previsão sobre o número de casos é que as condições
climáticas deste ano são diferentes.

Ainda de acordo com a secretaria, normalmente os casos de dengue
apresentam maior incidência entre março e abril. Neste ano, o pico das
ocorrências chegou mais cedo.

Brasil

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 108,64 mil casos de dengue
foram registrados no país, entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro. O
número significa um crescimento de 109% em relação ao mesmo período do
ano passado, quando foram detectados 51,87 mil casos no país.

Cinco estados concentram "alta incidência" de registros da doença, com
77,11 mil notificações registradas, ou seja, 71% das detecções. São
eles: Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Acre.

Fonte: G1
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