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Uso de medicamentos pode piorar a dengue





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O vírus da dengue já atinge o fígado de forma danosa e o paracetamol pode agravar esses danos e até a falência do órgão

O consumo indiscriminado do medicamento analgésico paracetamol pode ser um problema no tratamento da dengue. O alerta é do próprio Ministério da Saúde (MS), que por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu que os laboratórios farmacêuticos suspendessem temporariamente, e de forma voluntária, as propagandas dos medicamentos nos meios de comunicação. A solicitação se deve a crise na saúde, causada pela dengue no País.

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A preocupação da Anvisa, conforme o Informe em Farmacovigilância da própria Agência, veiculado no último dia 4 de abril, o uso desses medicamentos pode retardar os sintomas da dengue, dificultando o diagnóstico e atrasando o tratamento da doença.

Além disso, o informe destaca que a medida de pedir a suspensão temporária das publicidades tem a intenção de impedir que a população faça uso abusivo das substâncias analgésicas, como o paracetamol. Caso seja ingerido em quantidade acima do que é recomendado, o medicamento pode causar graves lesões no fígado, podendo, inclusive levar o paciente a óbito.

Para o infectologista do Hospital São José (HSJ), Afonso Bezerra, o problema do uso do paracetamol não é de mascarar a dengue e sim os efeitos do medicamento, que pode ser uma das causas de comprometimento do fígado.

“Não é questão de mascarar. O órgão é atacado tanto pelo vírus da dengue como pelo paracetamol, que também pode causar lesões hepáticas. Então, são dois pontos que devem ser considerados”, alerta. O infectologista destaca, ainda, que só prescreve paracetamol quando o paciente é alérgico ao ácido acetilsalicílico (AAS).

Afonso Bezerra faz um alerta aos órgãos de vigilância sanitária. Segundo ele, a população faz uso indiscriminado do paracetamol. A postura das pessoas, observa, pode ser um agravante, uma vez que o consumo desse medicamento em doses elevados pode causar danos irreversíveis ao fígado, como a cirrose hepática.

“Os pacientes não obedecem ao tempo de intervalo das doses. Tomam um comprimido e, se os sintomas não passam, vão tomando um atrás do outro”.

O médico explica que o medicamento deve ser usado com intervalo de seis em seis horas, limitando a quatro comprimidos por dia, sob a orientação médica. Ele recomenda que a população evite a automedicação. “É importante deixar claro que o paracetamol não é tratamento para a dengue. Tratamento de dengue se faz com água, com muita hidratação”, finaliza Araújo.

Conforme a Anvisa, o vírus da dengue, especialmente a forma hemorrágica da doença, provoca necrose do tecido hepático que pode evoluir em casos extremos, para a falência do órgão. E o paracetamol pode agravar este problema, pois, mesmo em pequenas doses, esta droga agride a célula hepática e pode causar danos, principalmente quando se trata de um órgão comprometido. Por outro lado, a superdosagem de paracetamol, por si só, implica em sofrimento agudo do fígado e pode causar a falência do órgão em poucas horas.

FACILIDADE
Cartela com 4 comprimidos por R$ 2,00

Após a divulgação da contra-indicação de que analgésicos à base de ácido acetilsalicílico (AAS) não eram indicados em casos de dengue, o paracetamol passou a ser um dos medicamentos mais conhecidos e consumidos entre a população. Hoje, com menos de R$ 2,00 se compra uma cartela do medicamento com quatro comprimidos e na rede pública é um dos analgésicos mais receitados e distribuídos.

“Por conta da dengue, se criou uma lógica entre a população de que não se deveria mais consumir AAS. Hoje, nos postos de saúde só se encontra o infantil, que é receitado em casos de hipertensão. O paracetamol é relativamente barato e é o principal analgésico distribuído nos postos de saúde.

O que a população não sabe é que é um medicamento hepatotóxico, com efeitos colaterais extremamente danosos”, explica o presidente da Sindicado dos Farmacêuticos do Estado do Ceará, João Marques.

Conforme ele, a questão é tão grave que já ouviu relatos de casos de transplantes hepáticos por uso de medicamentos como o paracetamol. João Marques destaca que a Anvisa vem buscando combater isso e que a questão central é que o paciente deve evitar a automedicação. As pessoas precisam se conscientizar deve utilizar medicamentos somente a partir de orientação médica, e, nos casos dos remédios livres se orientar com o farmacêutico.

Marques alerta que a automedicação é um problema que vem se agravando nos últimos anos. Diz que a população busca nos remédios a solução de seus problemas, sejam orgânicos, sociais ou existenciais.

FIQUE POR DENTRO
ÁAS pode favorecer hemorragias nos pacientes

Febre alta, dor de cabeça, abatimento, cansaço, dor nas articulações, perda de apetite, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, manchas vermelhas e coceira na pele são sintomas comuns à dengue e também a muitas outras doenças. Por isso, a automedicação torna-se uma prática comum pela população, podendo levar ao atraso na procura de um atendimento médico-hospitalar.

Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso de analgésicos e antiinflamatórios nessa fase inicial da doença pode ´mascarar´ a dengue e dificultar o seu diagnóstico clínico, pois atua como paliativo dos sintomas. Além disso, para o tratamento da dengue clássica, o órgão recomenda que sejam evitados os salicilatos (ácido acetilsalicílico - AAS, ácido salicílico, diflunisal, salicilato de sódio, metilsalicilato, dentre outros), pois podem favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas, confundindo-se com a febre hemorrágica da dengue.

No caso da febre hemorrágica da dengue os sintomas iniciais são semelhantes aos da clássica, porém evoluem rapidamente para manifestações hemorrágicas, sendo desaconselhável pelo seu perigo potencial o uso dos salicilatos. Portanto, a Anvisa recomenda que, caso a pessoa se encontre em algumas das regiões brasileiras com surtos de dengue e/ou apresente os sintomas acima mencionados, é importante procurar orientação médica e evitar recorrer a automedicação.

O melhor remédio no combate a dengue, segundo a Anvisa, continua sendo a prevenção ao mosquito Aedes aegypti.

Fonte: Diário do Nordeste
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