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Fêmeas do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, contaminadas com um tipo específico de inseticida agrícola perdem a capacidade de picar seres humanos, o que afasta o risco de transmissão do vírus que causa a doença, segundo pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).
O professor Octávio Nakano, docente do Departamento de Entomologia e Acarologia da instituição, descobriu que a aplicação de uma pequena quantidade de um defensivo chamado pimetrozina no processo de termonebulização contra a dengue -- o popular "fumacê" -- paralisa a musculatura bucal dos mosquitos que conseguem sobreviver à dedetização.
"Após a contaminação com o inseticida, as fêmeas não conseguem mais introduzir seus estiletes na pele humana, o que as impede de sugar o sangue e inocular a saliva, às vezes contaminada pelo vírus da dengue", explicou Nakano. Testes com mosquitos contaminados comprovaram que, após 50 minutos de tentativas, as fêmeas não conseguiram picar e acabaram morrendo por exaustão e também pelo efeito do inseticida.
Segundo no Ministério da Saúde, somente as fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti transmitem o vírus da dengue. "Essa pesquisa pode abrir novos caminhos, não somente contribuindo com a eliminação da dengue, como também outras moléstias transmitidas por insetos", afirmou o professor. Nakano, que é da área agrícola, espera buscar apoio de profissionais e entidades da área da saúde para continuar os estudos.
Fase de testes
Para que o uso da pimetrozina seja autorizado em processos de nebulização nas cidades e áreas de infestação, é preciso que a técnica passe por testes de campo e, assim, fique comprovado que não há riscos à saúde humana.
Na agricultura, a substância química é utilizada no controle de insetos sugadores como pulgões, cigarrinhas e tripés.
Até agora, o produto havia sido recomendado apenas para insetos que sugam vegetais. "Seu mecanismo de ação é sobre o sistema nervoso, basicamente sobre os nervos da musculatura que atuam no mecanismo da salivação", disse o responsável pelo estudo.
Outros caminhos
A pesquisa apontou ainda a eficácia do defensivo agrícola sobre larvas de mosquitos que vivem na água, que morrem dias depois a exposição. "A observação de que a pimetrozina pode afetar os mosquitos abre caminho para sua avaliação sobre outros tipos de dípteros como as moscas sugadoras de sangue, tipo a mosca do chifre e a mosca de estábulo", afirmou.
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