O que andamos falando


Inseticida torna mosquito da dengue incapaz de picar, diz pesquisa da USP





Melhores preços do Magazine Luiza. Clique aqui



Imagem de arquivo mostra exemplar do mosquito Aedes Aegypt picando braço na Flórida de integrante do setor epidemiológico  (Foto: Wilfredo Lee/AP)

Fêmeas do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, contaminadas com um tipo específico de inseticida agrícola perdem a capacidade de picar seres humanos, o que afasta o risco de transmissão do vírus que causa a doença, segundo pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).

O professor Octávio Nakano, docente do Departamento de Entomologia e Acarologia da instituição, descobriu que a aplicação de uma pequena quantidade de um defensivo chamado pimetrozina no processo de termonebulização contra a dengue -- o popular "fumacê" -- paralisa a musculatura bucal dos mosquitos que conseguem sobreviver à dedetização.

"Após a contaminação com o inseticida, as fêmeas não conseguem mais introduzir seus estiletes na pele humana, o que as impede de sugar o sangue e inocular a saliva, às vezes contaminada pelo vírus da dengue", explicou Nakano. Testes com mosquitos contaminados comprovaram que, após 50 minutos de tentativas, as fêmeas não conseguiram picar e acabaram morrendo por exaustão e também pelo efeito do inseticida.

Segundo no Ministério da Saúde, somente as fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti transmitem o vírus da dengue. "Essa pesquisa pode abrir novos caminhos, não somente contribuindo com a eliminação da dengue, como também outras moléstias transmitidas por insetos", afirmou o professor. Nakano, que é da área agrícola, espera buscar apoio de profissionais e entidades da área da saúde para continuar os estudos.

Fase de testes
Para que o uso da pimetrozina seja autorizado em processos de nebulização nas cidades e áreas de infestação, é preciso que a técnica passe por testes de campo e, assim, fique comprovado que não há riscos à saúde humana.

Na agricultura, a substância química é utilizada no controle de insetos sugadores como pulgões, cigarrinhas e tripés.

Até agora, o produto havia sido recomendado apenas para insetos que sugam vegetais. "Seu mecanismo de ação é sobre o sistema nervoso, basicamente sobre os nervos da musculatura que atuam no mecanismo da salivação", disse o responsável pelo estudo.

Outros caminhos
A pesquisa apontou ainda a eficácia do defensivo agrícola sobre larvas de mosquitos que vivem na água, que morrem dias depois a exposição. "A observação de que a pimetrozina pode afetar os mosquitos abre caminho para sua avaliação sobre outros tipos de dípteros como as moscas sugadoras de sangue, tipo a mosca do chifre e a mosca de estábulo", afirmou.


Nos Siga nas Redes Sociais: Twitter, Facebook, Instagram, Youtube . Adicione no grupo do Whatsapp

Deixe seu comentário e nos marque(@Sua Saúde) pra gente ver:

Nenhum comentário