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Sorotipo 4 da dengue não é mais perigoso, mas pode facilitar epidemia





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A cada ano, com a chegada do verão, cresce a preocupação no Brasil sobre uma possível epidemia de dengue. Isso porque o país, por ser tropical, reúne condições favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor.

O Aedes aegypti se desenvolve em temperaturas acima de 20º C, sobretudo entre 30º C e 32º C. E há uma relação direta entre as chuvas e o aumento do número de vetores, principalmente entre janeiro e maio.

Para falar sobre esse problema sazonal, o Bem Estar desta segunda-feira (10) convidou o secretário de Vigilância em Saúde do ministério Jarbas Barbosa e o infectologista Caio Rosenthal (veja no fim do texto as respostas dele às perguntas dos internautas).

Segundo os médicos, para cada registro de dengue no país, outras cinco pessoas deixam de receber o diagnóstico. E a hora de agir é agora, quando os insetos ainda estão pondo os ovos, que devem virar adultos e se espalhar até a estação mais quente do ano.

Em 2011, foram registradas 310 mortes por dengue no Brasil, segundo dados oficiais. De acordo com o último levantamento da Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério, foram notificados 715.666 casos de dengue no país de janeiro ao início de julho. De casos graves, foram 8.102 pacientes que demandaram internação este ano. Entre 2005 e 2011, pelo menos 1.500 pessoas morreram por dengue hemorrágica.

A Região Sudeste concentra o maior número de casos notificados (47%), seguida do Nordeste (22%), Norte (15%), Sul (8%) e Centro-Oeste (7%).

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus, que pode ser de quatro tipos diferentes. Um mesmo paciente pode adquirir os quatro sorotipos ao longo da vida.

Mas, depois de ter um determinado tipo, fica imunizado para aquele especificamente. O sorotipo 4 não é mais grave que os demais: todos eles provocam a dengue.

Os sintomas também são os mesmos. A dengue manifesta sinais que muitas vezes se confundem com outras doenças, como resfriado ou gripe, mas sem coriza.

Existe o chamado período de incubação da doença, ou seja, a pessoa não fica doente logo após ser picada. Em geral, começa a sentir os sintomas em 3 a 15 dias. E os sinais variam conforme a gravidade da infecção: se é clássica ou hemorrágica.

A dengue hemorrágica é um quadro grave, que pode ser causada por todos os sorotipos e precisa de atenção médica imediata, pois pode ser fatal. Indivíduos com diabetes, asma e hipertensão têm mais predisposição a apresentar esse quadro mais complicado.

Outro fator que favorece a dengue hemorrágica é quando um indivíduo é infectado mais de uma vez, ou seja, quem já teve a doença corre maior risco de ter o tipo hemorrágico.

A suscetibilidade é universal, isto é, todo mundo pode pegar dengue, independente do sexo e idade – apesar de as crianças abaixo de 12 anos poderem ter quadros mais graves. Observa-se que grupos mais expostos ao vetor adquirem mais a doença. É o caso das mulheres, que, em razão do maior tempo de permanência no ambiente doméstico, têm maior risco de contrair a dengue.

Desde 2002, o Ministério da Saúde tem um programa para o combate ao mosquito. Este ano, o governo vai lançar metas aos municípios, como colocar nas ruas agentes de saúde, visitar residências e notificar os casos da doença.

Quem pica é a fêmea, que faz isso para sugar o sangue (têm preferência pelo humano). Os mosquitos acasalam um ou dois dias após se tornarem adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

Enquanto o Brasil não produz uma vacina contra a dengue, cujos estudos já estão em andamento, a única forma de evitá-la é eliminando os criadouros do mosquito. Isso significa que é preciso retirar a água (suja ou limpa) acumulada em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros recipientes. Além disso, materiais não mais usados devem ser recolhidos e jogados no lixo.
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