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Primeira vacina contra a dengue tem eficácia parcial





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Crianças com dengue convalescem no hospital Quirino, em Manila, capital das Filipinas, em agosto de 2012

Crianças com dengue convalescem no hospital Quirino, em Manila, capital das Filipinas, em agosto de 2012 (Nicolas Asfouri/AFP)

O laboratório francês Sanofi Pasteur, que em julho já havia anunciado alguns resultados dos testes de uma vacina contra a dengue em 4.002 crianças na Tailândia, divulgou ontem que a eficácia do novo produto é de 30,2% - abaixo dos 70% que os cientistas esperavam alcançar no início dos testes.

O laboratório já havia anunciado que a vacina tinha apenas a capacidade de proteger contra os três tipos de vírus de dengue. Entre os sorotipos DEN-1, DEN-3 e DEN-4 a taxa de eficiência ficou entre 60% e 90%. Apenas o vírus do sorotipo DEN-2 resistiu aos efeitos da vacina.

Os resultados foram publicados no periódico médico The Lancet.

Apesar dos resultados não terem alcançado totalmente o objetivo inicial, os cientistas afirmam estar satisfeitos com os resultados. Até hoje não existe nenhuma vacina nem tratamento específico contra a dengue, doença provocada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, endêmica em todas as regiões tropicais e subtropicais do planeta.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Protective efficacy of the recombinant, live-attenuated, CYD tetravalent dengue vaccine in Thai schoolchildren: a randomised, controlled phase 2b trial

Onde foi divulgada: revista The Lancet

Quem fez: Arunee Sabchareon, Derek Wallace, Chukiat Sirivichayakul, Kriengsak Limkittikul, Pornthep Chanthavanich, Saravudh Suvannadabba, Vithaya Jiwariyavej, T Anh Wartel, Annick Moureau, Melanie Savill, Alain Bouckenooghe, Simonetta Viviani, Nadia G Tornieporth e Jean Lang 

Instituição: Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul

Dados de amostragem: 4.002 crianças entre 4 e 11 anos

Resultado: Mostram que o desenvolvimento de uma vacina segura contra a dengue é possível.

A doença infecta anualmente até 220 milhões de pessoas – entre elas dois milhões de crianças, que desenvolvem a forma hemorrágica, potencialmente letal. "Nosso estudo representa a primeira prova de que uma vacina eficaz contra a dengue é possível", afirmou um dos autores do artigo, Derek Wallace, do Sanofi Pasteur.

Os testes da nova vacina foram realizados na Tailândia e envolveram 4.002 crianças com idades entre 4 e 11 anos. Um outro teste está em andamento em dez países da Ásia e da América Latina (entre eles o Brasil). Nele, 31.000 crianças e adolescentes devem receber a vacina.

A nova vacina usa um vírus atenuado (que ainda está vivo). Quando injetado no corpo, ele não provoca a doença, mas ativa o sistema imunológico, que passa produzir anticorpos. Se a pessoa futuramente acabar sendo infectada pela dengue, seu organismo já estará com uma defesa pronta, o que evitará que ela fique doente.

O desenvolvimento de uma vacina contra a doença é considerado complexo porque não existe um, e sim quatro subtipos do vírus da dengue que circulam paralelamente. Segundo os cientistas do Sanofi Pasteur, Em um primeiro momento, o teste nas 4.002 crianças se revelou decepcionante, já que a taxa de eficácia é "menor do que a projetada", segundo o artigo.

Mas em um segundo momento, os pesquisadores se deram conta de que a vacina candidata, denominada "CYD-TDV", tinha sido perfeitamente eficaz contra três dos quatro subtipos do vírus. Assim, a taxa de eficácia foi estabelecida entre 60% e 90% para os sorotipos DEN-1, DEN-3 e DEN-4. Apenas o vírus do sorotipo DEN-2 resistiu aos efeitos da vacina. "Contra este sorotipo, nenhuma proteção foi obtida com este teste, apesar da imunogenicidade (reação imunológica) satisfatória", escreveram os pesquisadores da Sanofi, que assinam o artigo em conjunto com acadêmicos e clínicos tailandeses. "Esta falta de eficácia junto ao DEN-2 é surpreendente e deverá ser objeto de novas pesquisas", diz o artigo  publicado na The Lancet


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